22 de fev. de 2010
18 de fev. de 2010
Enquanto o carnaval rolava, a gente estava na "fossa"
Se importar com o outro...
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Enquanto assistia a algumas cenas do nosso carnaval, não pude deixar de fazer uma reflexão acerca de como anda os valores do nosso povo.
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Hoje pela manhã, após a quarta-feira de cinzas, “automaticamente” as manchetes dos jornais já anunciavam as mesmas destruições provocadas pelas chuvas, as mesmas violências que continuam assolando as vielas canarinhas, e mais uma infinidade de horrores que foram deixados de lado por conta da folia de momo. Até mesmo o Haiti já não dava mais ibope que as bundas das mulatas.
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Para não ser chato, devo concordar que existe sim uma pseudo criação de oportunidades e empregos no carnaval, mas quem ganha mesmo? O cordeiro, ou o dono do bloco? Em seis dias de folia momesca o pobre continua sendo pobre (e um pouco mais humilhado) e o rico... ha... esses engordam ainda mais seus cofres.
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Não podemos, todavia, deixar sobre os ombros dos pequenos burgueses todo o dolo dessa situação. Aceitar tal posição, após receber seu pão e seu circo, me parece de uma cegueira quase que absoluta.
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É impressionante como conseguimos concentrar 3 milhões de pessoas em torno do trio, mas a mobilização para se fazer algo de socialmente construtivo é coisa para piegas. Que se danem, “eu quero mais é beijar na boca!”
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As pessoas precisam apenas de uma oportunidade. Precisam que acreditemos que elas podem ser melhores. Ariano Suassuna certo dia deu a seguinte resposta a um universitário, quando questionado o porquê de as pessoas só gostarem do que é ruim, se referindo à cultura popular: “meu filho, se você tem um cachorro e só dá osso para ele, seu cachorro tende a gostar apenas do osso, mas se você começar a dar o filé, duvido que ele ainda coma o osso”. Ao longo de tanto tempo labutando com o social, em Camaçari, percebo que a afirmação do sábio Suassuna é a mais profunda verdade. Entendo que o melhor filé que podemos oferecer às nossas crianças e jovens é o conhecimento. Este pode ser ofertado em suas mais diversas formas, em nosso caso, através da Capoeira.
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Se importar com o outro, arregaçar as mangas e fazer algo está se tornando cada vez mais escasso. Até mesmo algumas das instituições que se propõem a fazer isso, estão transformando sua missão, em lucro. Existem bons corações espalhados por esse país que simplesmente fazem, não têm CNPJ, nem certidões, mas adota o ser humano como prioridade. A estas pessoas, que trocam o “pão e circo” pela realidade e se propõem a ajudar o próximo, dedicamos essas fotos do nosso carnaval...
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Salve,
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Formado Crente
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Batizado em Areal (Imbassai)
10 de fev. de 2010
Núcleo Camaçari participa de filmagem para o National Geographic
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